Santander usa reforma para prejudicar bancários
Começou a farra dos patrões com base nas novas regras trabalhistas do governo Temer aprovadas pelo Congresso Nacional. O banco espanhol Santander foi um dos primeiros. Na semana passada comunicou que vai fazer alterações no acordo de horas extras e no fracionamento das férias. Ou seja, se aproveitou da confusão provocada pela nova lei, que permite a “negociação” direta entre patrões e empregados sobre os mais diversos assuntos, para impor as mudanças. Não fez nem a negociação prevista e que é “fajuta” já que o poder está com o empregador: mudou as regras na marra.
O principal objetivo da reforma trabalhista de Temer é permitir a redução dos direitos para aumentar o lucro das empresas. E colocar as decisões sobre o desmantelamento destes direitos nas mãos dos empregadores. No caso do Santander, o banco espanhol não se deu por satisfeito e impôs as mudanças prejudiciais aos bancários sem negociar nada.
Imposição
O acordo de horas é regulamentado em norma coletiva, através de uma cláusula sobre banco de horas. Só que, neste caso, o Santander impôs as regras de forma individual, obrigando os funcionários a concordar através de assinatura eletrônica no Portal RH. Outro ponto imposto aos bancários foi o fracionamento das férias em até três períodos, desde que nenhum seja menor que cinco dias, conforme as novas regras de Temer.
Outra modificação foi na data do pagamento que passou do dia 20 para o dia 30. Não houve negociação coletiva, mas apenas um comunicado. E isso aconteceu um dia após a área de recursos humanos ter se comprometido a negociar este tema antes de qualquer implantação, junto com as horas extras e o fracionamento das férias.
Sindicato negocia
Os três assuntos serão tratados pelo Sindicato, Contraf-CUT e Comissão de Organização dos Empregados (COE), nesta quarta-feira (13/11), em São Paulo. Segundo o diretor do Sindicato e integrante da COE, Marcos Vicente, será cobrada do banco a reversão das decisões impostas.
Fonte: Sin. dos Bancários.
